Ex-banqueiro e hoje, amigo do MST, Eduardo Moreira visita Banco Crhenor, em Laranjeiras do Sul

“[…] o dinheiro das nossas aplicações, que depositamos nos bancos,  podem financiar projetos de interesse coletivo de certos segmentos como dos trabalhadores rurais, ou podem financiar a nossa própria opressão, a exemplo dos grandes bancos que negam crédito aos pequenos produtores, enquanto financiam os latifúndios”

Reunião de recepção da visita de Eduardo Moreira, à Crehnor – Laranjeiras do Sul.

Na condição de visitante, à Crehnor – Cooperativa Cooperativa de Crédito Rural de Pequenos Agricultores e da Reforma Agrária do Centro Oeste do Paraná,  cuja história começou em 1996, o Engenheiro Civil, economista e ex-banqueiro, Eduardo Moreira, visitou a UFFS Laranjeiras, na manhã desta sexta-feira (13).

Moreira em visita a UFFS, é recebido por professores e direção.

Acompanhando Moreira na visita à região de Cascavel e Laranjeiras do Sul, dirigentes estaduais do MST, como das regiões Norte e Oeste do Paraná, participaram do evento, reforçando que o interesse de pessoas como ele, em conhecer a realidade agrária do Brasil, são bem vidas e bem recebidas, podendo inclusive contribuir com conhecimentos para a melhoria da vida das populações do campo.

Eduardo Moreira,  conforme entrevista realizada pelo site Comcafé, em dezembro de 2019 (http://Cooperativa de Crédito Rural de Pequenos Agricultores e da Reforma Agrária do Centro Oeste do Paraná), é um profissional liberal do ramo financeiro, que chegou a ter sociedade em um banco brasileiro, e que mudou sua opinião sobre a monocultura ditada pela mídia, passando a conhecer a realidade de grupos pelos quais já alimentou preconceito, dentre eles, o MST.

Atualmente, Moreira tem reconhecida influência nas redes sociais, dentre outras atuações, por ter fundado o Instituto Conhecimento Liberta, hoje com 30 mil alunos de pós-graduação, inscritos e cursando especialização em diversas áreas do conhecimento, em parceria com o Instituto Florestán Fernandes e com teóricos como Jessé Souza e Leonardo Boff.

Questionado pela reportagem de Comcafé, sobre como tem sido suas experiências de imersão junto ao MST, diz que a palavra que resume sua vivência é ‘aprendizado’. “Minha postura tem sido a de ouvinte. Quanto mais ouço os e as integrantes do MST, mais me sinto conhecedor da realidade e como acredito que só o conhecimento liberta, é imensurável a grandeza dessa oportunidade”.

O visitante acrescentou ainda, após apresentação sobre os 25 anos de história e resistência da Crehnor, como uma instituição financeira a serviço dos pequenos produtores rurais e da Reforma Agrária, que se todas as pessoas se soubessem o que é financiado com suas aplicações, dariam preferência à bancos populares que mediam projetos de interesse social, ambiental e de distribuição de renda. “O modo de operação dos bancos são idênticos. Existem os financiamentos e os tomadores pagam juros, que no caso da Crhenor, inclusive, é baixo (4% ao ano). A diferença é que o dinheiro das nossas aplicações podem financiar projetos de interesse coletivo de certos segmentos como dos trabalhadores rurais, ou podem financiar a nossa própria opressão, a exemplo dos grandes bancos que negam crédito aos pequenos produtores e financiam os latifúndios”, conclui.

 

 

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