Dia de assinatura de recibos e pagamento às oficineiras do TULS, referente ao projeto Oficinas de Teatro no Centro da Juventude, pela Lei Aldir Blanc

 

Da esquerda para a direita, Gilvani Sactolin, Edcesar Santos, Jenefer Cruz, Aninha Oliveira e Serli Andrade.

De acordo com alguns de seus integrantes, o TULS – Teatro Unificado de Laranjeiras do Sul encerra 2021 com o sentimento de estar no caminho dos propósitos para os quais foi criado. Apto a participar, legal e tecnicamente, de editais, a entidade conta com 14 integrantes, que com espírito de luta e resistência, mantêm a Associação teatral em dia, escrevem e inscrevem projetos em editais, assim como buscam meios de participar permanentemente de cursos de formação. Os dois últimos anos foram de expectativa, não só para as plateias das diversas expressões culturais, mas também para atores que integram o grupo de Teatro TULS. Eles dizem que por acreditarem nas recomendações da ciência, mantiveram-se em isolamento, até que viessem a primeira e segunda dose da vacina contra a Covid – 19. Sem, no entanto, descuidarem-se dos propósitos do grupo, que é o de promover o acesso à arte teatral, em especial para crianças e adolescentes das periferias e em vulnerabilidade social, por meio de projetos que captem recursos em editais de fomento, tanto para custear os atores nos trabalhos de oficinas, como para franquear o acesso à arte, às populações desassistidas do direito ao desenvolvimento cultural.

Foi nesse sentido, que nesta Quarta-feira (22), três integrantes do grupo TULS, dividiram igualitariamente o cachê de R$ 4.615,18, pagos pelo edital 001/021 da Lei Aldir Blanc, gerido pelo Município de Laranjeiras do Sul, que teve como contrapartida, um projeto de 20 horas de oficinas de iniciação à arte teatral, denominado Oficinas de Teatro no Centro da Juventude, que se propôs a atender 50 crianças e adolescentes, mas teve demanda de 100. “Nossa proposta era de atender 50, entre crianças e adolescentes. Vieram 100. Que bom!”, disse a atriz e uma das oficineiras do projeto, Serli Andrade.

“Agradeço a Serli e ao TULS pelo convite e a oportunidade de poder trabalhar com estas oficinas de teatro. Me sinto feliz por poder levar um pouco de cultura para as crianças e adolescentes do Centro da Juventude. No decorrer dessas duas semanas, eu mais aprendi do que ensinei. Foi uma experiência gratificante!”, relata a oficineira Aninha Oliveira.

“O TULS é um marco na minha vida. Eu sempre gostei de participar das atividades artísticas na escola. Mas nunca tinha tido a oportunidade de fazer parte de um grupo. Daí, em 2016, surgiu o TULS, eu pude ser um dos pioneiros e hoje sou muito feliz por estar na diretoria dessa entidade, que nos permite lutar pelo resgate e o incentivo da da cultura na nossa cidade. Ah, aproveito para dizer que nosos integrantes são muito bem vindos!”, disse o presidente do TULS, Edcesar Santos.

A oficineira Jenefer Cruz também disse que o TULS lhe proporcionou a oportunidade da experiência através do teatro, e que “com certeza ouve muito mais aprendizado do que ensinamento” no período em que participou do projeto com crianças e jovens.

Já, o tesoureiro da entidade, Gilvani Satolin Leite, reforça que “o TULS é uma instituição parceira da sociedade tanto de jovens quanto de adultos, pois através de suas ações educativas pratica e proporciona a inclusão social e oportuniza uma experiência de cunho profissional, a qual potencializa a geração de renda para atores, tanto profissionais quanto amadores, além de levar alegria e descontração pautadas na leitura do complexo das relações sociais”, enfatiza.

O TULS – Teatro Unificado de Laranjeiras do Sul, surgiu em 2005, quando uma de suas integrantes, a atriz e jornalista Serli Andrade, veio morar no município. A existência do Cine Teatro Iguaçu e a constatação de muitas crianças, adolescentes e jovens, principalmente nos bairros da periferia, sem acesso à  cultura, foram motores para que a Laranjeirense que viveu em Curitiba por 20 anos, onde fez formação na área de Cênicas, começasse a convidar pessoas para criar um grupo de teatro, e em seguida, um movimento cultural que legitimasse a cultura como uma necessidade emergente, assim como outras de cunho educacional.

A primeira ação do grupo foi durante uma Expoagro, em 2016, onde venderam sanduíches para arrecadar fundos e custear as despesas para a criação da Associação Teatro Unificado de Laranjeiras do Sul, que atualmente tem o acadêmico em nível de graduação Edcesar Carneiro dos Santos como presidente, o mestrando Gilvani Scatolin Leite como tesoureiro, e a jornalista e atriz Serli Andrade como secretária, além de uma comissão de finanças composta pelas professoras Valdineia Frederico e Zeleide Silva e Serli, que também acumula essa função atual diretoria. O grupo conta ainda com o profissionalismo do Escritório de Contabilidade Andreiv, e seus integrantes dizem que a comunidade de Laranjeiras do Sul e região sempre surpreendeu na participação, tanto como plateia como em apoios para que o grupo conseguisse participar de festivais, cursos de formação e apresentação em outras cidades. “Embora as políticas públicas de cultura estejam começando agora, o TULS pode avançar e hoje estar pronto para dar uma importante contribuição, graças aos corações gigantes de muitas pessoas que nos apoiaram”, afirma Serli. “Em recente reunião com o setor cultural, o prefeito Berto Silva sinalizou apoio em diversas frentes, o que nos deixa esperançosos de que novos editais possam dar condições de levarmos contrapartidas que fazem a diferença na formação de crianças e adolescentes, assim como as demais expressões culturais de nosso município, que da mesma forma, são importantes”, completa.

Como ainda não tem uma sede administrativa e nem com condições adequadas para oficinas, ensaios e montagem de espetáculos, o TULS tem como endereço a residência de sua fundadora, que sonha com a oportunidade de ver bem guardados cenários e figurinos (muitos de doações de pioneiros), assim como um palco e sala com linóleo, onde o conjunto de atividades que dão sentido à arte cênica, possam ser desenvolvidos, sem dificuldades, o que de acordo com Serli, seria um estímulo ao público interessado.

Em 2022, o TULS vai contar com o cadastro no Nota Paraná, e assim como outras entidades sem fins lucrativos, vais coletar as notas fiscais não identificadas no comercio local, para que possam ser direcionadas em benefício da entidade, para custear despesas básicas e seguir apta aos desafios do ensino da arte teatral e da inclusão social à cultura.

 

 

 

 

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