Punição extensiva a familiares e crianças deve ser atenuada
Como se não bastasse o drama que vivem as famílias, cujos parentes estão presos, seja por suspeita ou por crime comprovado, a falta de dignidade pela qual passam na hora de visita-los e assistirem essas pessoas, as deixa ainda mais humilhadas.
A exposição a intempéries, seja pelo sol muito quente, chuva ou frio é vivida semanalmente pelos familiares de presos da 2ª SDP, Delegacia de Polícia de Laranjeiras do Sul, que ao visitarem parentes presos, ficam ao relento, tendo as mães, que segurarem guarda-chuvas sobre as crianças, além de permanecerem em pé por muito tempo.
A situação que sempre foi dessa forma, pode mudar a partir da iniciativa do chefe da carceragem cedido pelo Depen, e presidente do Conselho Municipal de Segurança, Ariel José Oro, que conta com o apoio do atual delegado Helder Lauria, no sentido de sensibilizar a comunidade para arrecadar materiais para que seja feita uma simples cobertura anexa ao prédio, e que também sejam colocados bancos fixos, possibilitando um mínimo de alívio para aqueles de levam de uma a duas horas para entrarem na sala de visitas, que precisa seguir um sistema de rodízio.
A comunidade carcerária da 2ª SDP, já é absolutamente precarizada, quando com capacidade para 50 presos, mantém em média, cerca de 120. Essa situação faz com que a espera dos visitantes se prolongue ainda
mais. Isto sem falar de situações em que tentativas de entrarem com materiais ilícitos, principalmente celulares, atrasa todo o período de visitas, que é das 9h às 11h, às quintas-feiras.
“Não temos dúvidas de que esses familiares estão passando por um sacrifício injusto. Essa situação foi trazida pelo chefe da carceragem, e com o apoio dos demais agentes, vamos fazer o possível para solucionar”, disse o delegado Lauria.
“Precisamos conseguir o material. Para isso, vou pedir ajuda do Conselho da Comunidade. Já, para construir uma espécie de toldo ali, só que com Eternit que é de custo menor, podemos contar com mão de obra dos próprios presos”, reforçou Ariel.
“Meu esposo está preso. Somos de Cantagalo e venho toda a semana com nossas filhas de dois e três anos para visitarmos ele. É muito difícil esperar aqui, principalmente com elas”, reclama Sidineia dos Santos.
“Faz oito meses que toda semana enfrento esse relento e em pé, para visitar meu irmão que está preso aqui. Lá dentro, eles vivem outro drama. Muita gente, um calor absurdo, ele me conta”, relata Clarice de Fátima da Silva.
Ariel José, espera poder iniciar a colocação de uma cobertura sobre o acesso para a sala de visitação dos presos, dentro de duas semanas, desde que não haja nenhum impedimento com relação à infraestrutura da obra da delegacia. Mas acredita que uma espécie de toldo, que ficará apenas suspensa na parede, não encontre nenhum impedimento.