O mundo precisa de mais jovens como Greta Thunberg
O Colunista de COMCAFÈ, Leandro Duarte tem 28 anos, é formado em Gestão pública pela Uninter – especialista em Design e Comunicação Estratégica e em criação de identidades visuais para marcas e produtos, trabalha como designer autônomo. Com especialização em Ciência Política pelo Espaço Ética, é o atual presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Porto Barreiro.
Eleita personalidade do ano pela Revista Time, Greta Thunberg de apenas 16 anos é um verdadeiro prodígio. Uma adolescente que tem dedicado sua vida a alertar o mundo sobre os riscos imediatos e de longo prazo das mudanças climáticas.
Como ela mesma disse na última cúpula climática da ONU, sua infância lhe foi roubada. Greta claramente é do tipo de pessoa que não vê alternativas entre ação e inação; diante do que precisa ser feito a única opção é agir.
Hoje, sendo um símbolo mundial do ativismo climático, a adolescente deixou de lado sua vida pessoal de cidadão comum e tem rodado o mundo para conscientizar as pessoas do que parece obvio, mas, que muitos fingem não perceber; precisamos preservar o meio ambiente enquanto ainda temos futuros possíveis.
Ao conhecer a trajetória de vida dessa menina é difícil não pensar em quantas renuncias pessoais ela tem feito em prol de algo claramente maior que sua vida pessoal. Ao mesmo tempo em que percebo isso, constato com um pouco de vergonha que na minha adolescência não cheguei nem perto de fazer algo de tamanha grandeza, e ainda constato com tristeza que a geração passada de crianças e adolescentes, a atual e também, possivelmente, as próximas não se dedicarão a questões tão nobres; não irão além de sua pequena e atrofiada bolha existencial.
Constatar isso é tão triste porque claramente o mundo precisa de mais crianças e jovens como Greta Thunberg. Jovens que se preocupem menos com uma vida artificial em redes sociais; que não sigam a programação e que vivam para agir e não apenas para reagir ao que acontece no mundo a sua volta.
O ativismo de jovens é de tamanha importância porque é a partir dele que teremos adultos menos infantilizados, com preocupações mais uteis que aquelas que os trancam em bolhas de tédio, tristeza e constante necessidade de entorpecimento de uma vida que não encontra sentido em si mesma uma vez que não existe real percepção da grandiosidade do mundo natural que os cerca.
Uma juventude que se engaja em ativismo, seja ele político, social, ambiental ou de qualquer outra forma (produtiva) é uma juventude saudável e que participa da construção do seu próprio futuro.
Mas, para isso é preciso educar a sensibilidade como nos ensina o filosofo, de origem italiana, Antonio Gramsci. E para isso é preciso que pais sejam mais do que bancos para seus filhos, que não sejam fornecedores de distrações inúteis enquanto vivem suas vidas, e que esses pais verdadeiramente se importem como o futuro daqueles que eles colocaram no mundo.
Quem sabe um dia consigamos mudar os rumos e as preocupações sociais dessa sociedade imediatista que construímos; e então percebamos que somente a educação de qualidade e pode realmente nos desenvolver enquanto espécie. Uma espécie, então, com preocupações maiores que a orbita do próprio umbigo.
Mesmo não estando convicto de nada além do mundo natural, eu percebo e sinto com profundidade que o mundo precisa de mais jovens como Greta Thunberg.