Apenas mais um crônica qualquer

Diego Mendonça Domingues é Engenheiro civil, formado pela Universidade Federal do Paraná. Pós-graduado em administração tributária e integrante do levante popular da juventude e publica sua coluna todas terças-feiras, no Portal Comcafé.

Uma vantagem de escrever crônicas no lugar de contos é a de conversar mais diretamente com o leitor. Num conto, existe um filtro – que é a própria estória – por meio do qual as palavras passam até chegar à mente do interlocutor. Enquanto que numa crônica estamos escrevendo objetivamente para sermos imediatamente compreendidos.

Num primeiro momento, para esta semana, pensei em escrever um conto. No título, afirmar “Apenas mais um conto qualquer”. Dentro dele estaria a estória: um indivíduo qualquer de um vilarejo qualquer, num tempo qualquer da história, realizando atividades quaisquer com quaisquer finalidades; e, contando essa vida qualquer, brincar com quaisquer palavras, na história e na estória, numa metalinguagem natural.

Mas declinei da ideia. Mantive-me firme na crônica, embora tenha trazido de lá essa metalinguagem – que é falar sobre o próprio texto – de maneira quase inconsciente.

Pensei, também, num poema, com ritmo, métrica, e rima – daqueles bem conscientes.

Mas declinei da ideia. Mantive-me firme na crônica, embora tenha trazido de lá essa repetitividade – que é figura de linguagem – expressa recorrente.

Um grande contista é Dalton Trevisan, curitibano nascido em 1925. Em seu livro mais famoso – “O Vampiro de Curitiba” de 1965 – ele apresenta detalhes psicológicos de suas personagens perversa e ironicamente.

O universo dos contos é denso, imaginativo e está para a prosa assim como os melhores poemas para a poesia. Uma boa ficção cria um universo de seres e acontecimentos. Com narrador, pontos de vista, e enredo.

Uma difícil arte que certamente, assim como a poesia, tem seu domínio desejado pelos melhores escritores.

E por aqui nos despedimos deste encontro semanal, uma boa semana a todos!

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