Ela transformou uma necessidade sua e de outros em oportunidade de trabalho

“Agora não tenho patrões, tenho clientes e auxiliares. O que significa mais autonomia e mais responsabilidade também”

Lucimara e a funcionária Dorilda Camargo, enquanto higienizam e organizam a casa de uma cliente.

Há quatro anos, após procurar diarista para limpara sua casa e não encontrar, Lucimara de Matos Alves, que então trabalhava num supermercado e hoje é micro empreendedora, resolveu fazer de sua necessidade o seu trabalho. Hoje atende cerca de quatro casas por dia, sempre com alguma aguardando para entrar na vez, tanto em Laranjeiras do Sul, como nos demais municípios da região.

Com uma funcionaria fixa e dois ajudantes (aprendizes), em meio período. Um deles seu filho de 16 anos, Lucimara conta que o sucesso de seu negócio está na qualidade do serviço que presta e na confiança que os clientes têm nela, por estar sempre junto da equipe e ter a mesma auxiliar desde o início. “A Dorilda que sempre trabalhou comigo tem dos clientes a mesma confiança que têm em mim. E eu ou ela, estamos sempre ali. Então penso que é isso que as pessoas querem também. Se sentirem seguras com quem está em suas casas, zelando enquanto elas estão fora”, avalia.

Lucimara com o filho Weliton, enquanto higienizam a área de serviço de uma residência.

Outro fator importante é que ela não utiliza nada do cliente. Todo o material e equipamento de limpeza são levados e já estão inclusos no valor do serviço, que varia a partir de R$ 70, dependendo do tamanho do espaço e complexidade da limpeza. Só não cozinha, não lava ou passa roupas.

Uma das primeiras clientes de Lucimara, que solicita semanalmente os seus serviços, Sandra Portolan, diz que recomenda sem medo de errar. “Não preciso me preocupar com os produtos de limpeza. Já deixo a chave com ela, pois sabe o que fazer. Um sossego que vale a pena”, completa Sandra.

A empreendedora lembra que sempre foi apoiada pelo companheiro, e que   começou com R$ 4 mil para adquirir os primeiros equipamentos e produtos, em 2013, quando investiu todo o acerto de contas e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), de seis anos de trabalho. “Sem falar que o carro comprei depois, parcelado e já quitei. Mas lembro que até avisei meu esposo que ele ia pagar as contas sozinho por um tempo, pois eu tinha ficado com apenas R$ 10 na bolsa”, brinca Lucimara, ao falar com orgulho da iniciativa que deu tão certo, que já está abrindo uma filial em Guarapuava (onde uma pessoa de sua família, residente lá, tomará conta), assim como do apoio que recebe do esposo e do filho.

Quanto aos dias em que trabalha, Lucimara diz que se bobear, não pára nem aos domingos. Dias estes em que ainda no caso daqueles clientes que diz que não há como dizer não, também atende. “Tenho alguns clientes que compreendem que a gente faz aquele trabalho que para ele é desperdício de tempo fazer, além de não gostar de serviço doméstico e também porque algumas pessoas nem aprendem a fazer. Então, esses que têm essa consciência, pagam o preço justo sem reclamar e assim a gente não tem coragem de não atender, mesmo que seja no domingo”,  conta.

Sobre formações no remo empresarial, ela diz que fez apenas um curso pelo Sebrae, por absoluta falta de tempo.

 

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