Pais de alunos da Creche N. Sra. das Graças clamam por urgência na adequação do espaço

Inadequação do espaço e preocupação com o transporte escolar que não vem respeitando normas de segurança, nem horários da instituição, foram preocupações manifestadas durante a reunião.

Comunidade Escolar CMEI Nossa S. das Graças.

Associação de Pais Mestres e Funcionários (APMF), direção, equipe pedagógica  e de apoio e representantes da Secretaria Municipal de Educação, realizaram nesta terça-feira (21), a primeira reunião, após o início do ano letivo, para os encaminhamentos dos assuntos de interesse do coletivo do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Nossa Senhora das Graças, no Centro de Laranjeiras do Sul, que conta com cerca de 230 alunos (berçário e pré-escola), distribuídos em 13 turmas.

O espaço, foi alugado há pelo menos três anos, como uma alternativa para suprir a grande demanda que antes era atendida pelo Instituto das Irmãs Vicentinas de Caridade, cuja parceria com a prefeitura para atendimento da educação infantil, foi rompido, e hoje exceto cota obrigatória de contrapartida social, atua somente na educação privada. Presta ainda, a gestão compartilhada do Centro Educacional do Menor Integrado à Comunidade (CEMIC), mantido por apoiadores por meio de projetos e prefeitura.

Após apresentação da equipe e boas vindas a todos pela direção, assim que aberto o espaço para perguntas, os pais foram unânimes no pedido de urgência à gestão municipal, na colocação de janelas que permitam ventilação, assim como alguma espécie de exaustor ou ar condicionado que amenize o excesso de calor que se apresenta , principalmente nos últimos dias, causando sofrimento tanto às crianças como aos servidores da creche.

Mães Raquel e Claudia.

Raquel Levandoski é mãe de um menino de 4 anos, aluno da escola. Ao seu lado, na reunião com grande participação da comunidade escolar, Claudia Manzoni, esta com 2 filhos, de 3 e 5 anos, também alunos. Elas se complementam na intervenção de suas falas, relatando às representantes da gestão municipal, que seus filhos, assim como os demais, estão sofrendo com a falta de ventilação e tamanho das salas, que muito pequenas, potencializam o problema. “Eles ficam corados  de tanto calor e estressados também”, disse uma delas. “È complicado até mesmo se um deles pegar uma gripe, pois ficam muito juntos, o que pode favorecer a transmissão”, complementa a outra.

Pai Marcelo

Marcelo, pai de uma menina de 4 anos, que começou a frequentar a escola, mostrou-se muito preocupado, a ponto de distribuir aos pais a legislação que regulamenta o funcionamento de uma escola, mostrando o quanto a referida creche está fora das normas de exigência. “A gente precisa da escola e conhece a seriedade do trabalho dos profissionais que estão aqui. Precisamos e queremos que ela siga nos atendendo. Mas é preciso que seja adequada para que tanto os alunos como a equipe, tenham um local justo e que nós pais, nos sintamos mais confortáveis em deixar nossos filhos num bom local, sob os cuidados duma equipe que é qualificada, mas que também sofre junto com eles”, ressaltou o pai.

Outra mãe, Thais da Rosa, que tem duas crianças de 3 e 5 anos na escola, também manifestou sua preocupação tanto com as crianças quanto com a equipe. “A equipe é maravilhosa. Mas o prédio é sofrível e tem que ser resolvido com urgência, pois faz tempo que funciona assim”, lembra.

Resposta da gestão municipal

Representando a secretária Eliza Silva, que não se fez presente (justificando como motivo a confraternização de inauguração do Hospital São Lucas, no mesmo horário), as diretoras da secretária, Maria Luíza e Pierina asseguraram aos pais que as janelas no espaço que é alugado, e que no momento é a alternativa possível para atender a grande demanda do centro da cidade, já foram encomendadas, e que assim que estiverem prontas serão colocadas, o que já aliviará o problema de ventilação.  A sugestão de um pai para que sejam colocados exaustores para retirar o excesso de calor e auxiliar na circulação do ar, foi acolhida pelas diretoras, que afirmaram já estar na proposta de adequação, feita pelo Engenheiro e secretário de obras, Tilim.

Porque ainda não se abriu janelas na escola

De acordo com informações, não houve acordo entre o proprietário do imóvel alugado que reside ao lado, quando a gestão anterior solicitou a adequação que já havia sido apontada pelo Ministério Público como necessária. No entanto, com a atual gestão o proprietário aceitou a proposta de abertura das janelas. “É impressionante o quanto ainda há pessoas que não se sensibilizam com o sofrimento de crianças, transformando-as em peões de um jogo de xadrez”, disse uma mãe que pediu para não ser identificada, referindo-se ao fato da escola que já funciona há anos, só agora, ter permissão para abertura das janelas.

Transtornos com o transporte escolar

O assunto foi levantado com grande ênfase e manifestação de descontentamento por usuários e educadores. Por um lado, o trato insensível de pessoas supostamente despreparadas para a função, que têm exigido retirar as crianças antes do horário de ensino, justificando que precisam buscar alunos em outras escolas, problema que vem sendo apontados por diversas instituições. Por outro lado, pais disseram que as vans estão carregando número excessivo de alunos, sem condições de segurança, mas que não são ouvidos nas reclamações diretas aos responsáveis, pois tais transportes não são regulados por nenhum órgão, que os pais tenham conhecimento. Houve o relato indignado de uma mãe que estranhando a demora, ligou para a pessoa responsável pela van, perguntando por seu filho e foi informada que ele não estava no carro. Já em desespero, tentando saber onde estava, recebeu a informação de que a criança havia dormido e os responsáveis, que pelo visto encerraram o trabalho sem verificar se todas as crianças tinham sido entregues, não o viram. “Tinham ido embora com meu filho no carro e não viram ele!”, desabafa a mãe. Houve muitos outros depoimentos de maus tratos dos atendentes nas vans, tanto com professores, diretores (ameaçando voltar buscar só depois das 17:30, caso não liberem no horário que querem) e com as próprias crianças, algumas deixada a distância insegura, de casa. Conforme deixou claro a diretora Marilda, o transporte privado é uma relação direta entre pais e empresas. No entanto, por ser um assunto relacionado à educação, presume-se que ao menos o município precisa indicar um órgão que regulamente e só admita empresas habilitadas e capacitadas para a prestação do referido serviço.

 

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